Por mais de 28 anos, o Muro de Berlim foi símbolo da divisão das duas Alemanhas.
A muralha se estendia por 155 quilômetros e separava
Berlim Ocidental de Berlim Oriental.
Muito maior era a fronteira interalemã, isto é,
entre a República Federal da Alemanha (RFA) e a
República Democrática Alemã (RDA), de regime comunista.
A 13 de agosto de 1961,
guardas da República Democrática Alemã (RDA) haviam
começado a fechar com arame farpado e concreto a fronteira que
separava as partes oriental e ocidental de Berlim,
bem como Berlim Ocidental do território da Alemanha Oriental.
Hoje, pouco resta da histórica muralha que separou dois
Estados alemães por tanto tempo e
20 anos após a reunificação
alemã, é difícil para um turista
vislumbrar a vida na antiga Alemanha Oriental.
Hora da opção
No dia 15 de agosto de 1961, o soldado alemão-oriental Conrad Schumann foi destacado para controlar a linha divisória na rua Bernauer, marcada por arames farpados, pois o Muro ainda não estava pronto. Schumann viu chegar assim o seu momento de opção: jogou fora o fuzil e pulou sobre o arame farpado, passando para o lado ocidental. A cena foi presenciada – e fotografada – por jornalistas que acompanhavam o desenrolar dos acontecimentos em Berlim.
Orações pela
Paz abriram
caminho para a
Queda do Muro
de Berlim
"Não queremos violência, queremos mudanças"
reivindicaram os manifestantes em 9 de outubro de 1989
Há 20 anos, o Sistema Comunista Alemão-Oriental
estava prestes a ruir.
A queda do Muro de Berlim foi precedida de protestos pacíficos em massa iniciados após orações pela Paz na igreja de
São Nicolau, de Leipzig.
As manifestações pacíficas das segundas-feiras em Leipzig foram um fator importante para as mudanças na República Democrática Alemã (RDA) em 1989.
As regulares manifestações em massa, que haviam começado em 4 de setembro, se espalharam para outras cidades, como Dresden, Halle, Magdeburgo, Rostock e Schwerin, em parte também em outros dias da semana.
Aos gritos de
"Nós somos o povo", semana após semana, centenas de milhares de alemães-orientais protestavam em todo o país contra a situação política.
Seu objetivo era uma reordenação pacífica e democrática do sistema, e especialmente o fim da supremacia do Partido Socialista Unitário (SED), o partido comunista da extinta Alemanha Oriental.
Legendária para o início do fim da RDA foi a manifestação de 9 de outubro de 1989 em Leipzig, quando 70 mil pessoas foram às ruas com velas nas mãos, após rezarem pela Paz na Igreja de São Nicolau (Nikolaikirche).
Muro de Berlim caiu em 9 de novembro de 1989
Acelerada por um lapso de comunicação, a abertura da fronteira entre as Alemanhas foi primeiro passo
declarado no sentido da Reunificação.
A confusão histórica
Aquela entrevista coletiva de imprensa
no horário nobre da televisão alemã
conta entre as mais memoráveis do continente europeu.
Günter Schabowski,
porta-voz do governo da então Alemanha Oriental,
acabara de anunciar a nova legislação sobre viagens do país.
Devido a um mal-entendido, respondeu à pergunta de um jornalista italiano, a respeito do momento em que a lei entraria em vigor, com uma frase que se tornou famosa:
"Pelo que sei, ela entra... já, imediatamente".
Como a entrevista era transmitida ao vivo e acompanhada tanto na Alemanha Ocidental como na Oriental, esse lapso de comunicação teve consequências abrangentes para a política mundial.
Logo em seguida,
os cidadãos da República Democrática Alemã,
de regime comunista,
peregrinaram até a fronteira interna em Berlim.
Durante três horas, os guardas de fronteira
– que não haviam sido informados do novo regulamento –
contiveram o afluxo humano.
Alemães orientais estendem a mão a guardas
Quando a "TV do Oeste" montou suas câmeras e confirmou a sensacional notícia, ficou claro que
naquela noite chegava ao fim a divisão da Alemanha,
marcada pela construção do Muro de Berlim,
em 21 de agosto de 1961.
Tarde da noite, naquele 9 de novembro de 1989,
os agentes de segurança suspenderam sua resistência,
abriram as passagens de fronteira berlinenses e deixaram as
pessoas passarem do Leste para o Oeste e vice-versa,
sem que fossem controlados.
A dança sobre o Muro
No dia 10 de novembro de 1989, berlinenses orientais e ocidentais confraternizaram-se com uma verdadeira dança sobre o Muro, que deixara de ser uma barreira desde a noite anterior.
Ao fundo, o Portão de Brandemburgo – o símbolo de Berlim.
Com as fronteiras abertas, milhares de cidadãos alemães orientais viajaram imediatamente à parte ocidental da Alemanha, para fazer compras, visitar parentes e amigos ou simplesmente para satisfazer a curiosidade pessoal.
Os 'pica-paus' do Muro
Depois do dia 9 de novembro de 1989 foi apenas uma questão de meses até que o Muro desaparecesse inteiramente da paisagem de Berlim.
Ficaram famosos na época os chamados 'pica-paus' do Muro: berlinenses e turistas que, armados de martelo e cunha, arrancaram pedaços da muralha para guardar de lembrança. Por muito tempo, lojas de suvenires em Berlim ofereceram lascas de concreto com um duvidoso 'certificado de autenticidade'.
Leste e Oeste da Alemanha reunidos,
O Muro de Berlim,
que separava a
República
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