quinta-feira, 8 de outubro de 2009

POP-ART




Movimento principalmente Americano e Britânico, sua denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os Produtos da Cultura Popular da Civilização Ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.

Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o Pop Art começou a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudarem os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.

Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX.

Era a volta a uma Arte Figurativa, em oposição ao Expressionismo Abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.

Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e design, usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e design, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real.

Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes do próprio aumento do consumo. Como aconteceu, por exemplo, com as Sopas Campbell de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art.

Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a Arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza. A Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar em refinado, e aproximou a Arte das Massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a Arte para poucos.

Principais Artistas:

Robert Rauschenberg (1925-2008)

O que nos transforma em eternos está além de nossas obras, está na capacidade delas criarem tendências e fazerem escola. Na nova safra de designers que trabalham colagens digitais, onde as produções vão desde aberturas de programas de televisão (Malhação, Mtv, VH1, etc.), passando pelo mundo publicitário com target teen ou ilustrando um cenário comportamental jovem; todos eles tem (alguns “autodidatas” nem sabiam disso) um mestre, um precursor, visionário e pioneiro da pop art e seus ícones. Robert Rauschenberg sempre apresentou uma gama de painéis, intervenções e obras que espantavam no início, mas com o passar dos anos marcaram e marcam essa geração despojada, globalizada e com fome pela quebra da mesmice. Fica aqui nossa homenagem a Mr. Robert Rauschenberg e sua arte divertida, visionária e atual.




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Robert Rauschenberg, 1954. Stedelijk Museum, Amsterdam

Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados.


Robert Rauschenberg, Lot 1103: Soviet/American Array V

Por volta de 1962, adotou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses trabalhos tiveram como temas episódios da história americana moderna e da cultura popular.


Roy Lichtenstein (1923-1997).

Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos.

Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.

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Ry Lichtenstein


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Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno.

O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.

Roy Lichtenstein e o uso dado ao desprezado




O século 21 cultua Roy Lichtenstein e a Pop Art continua em alta.

Entre 6 de março e 25 de abril de 2009,aconteceu a exposição "Electricity",na Castelli Gallery de Nova York e depois, de 29 de maio a 28 de junho,esteve em exibição a mostra "Roy Lichtenstein In Process" no Katonah Museum of Art ,também em Nova York.
O artista gráfico e um dos ícones da arte pop,desenhou naturezas mortas, paisagens e redefiniu obras primas da Arte Erudita.
Em 2007 aconteceu uma exposição na British National Portrait Gallery.
Infelizmente, a obra" The Entablature" - que estava exposta no World Trade Center,foi destruída nos ataques de 11 de setembro.
Em 2006,depois da itinerância por Curitiba e São Paulo, os 425 metros quadrados do espaço nobre do 3º andar do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro receberam, 78 obras e o vídeo que compõem a Mostra “Vida Animada”
O folder da exposição citava nos inacreditáveis sete dígitos alcançados por suas pinturas(foto).

Roy Lichtenstein se fez notar pela utilização das histórias em quadrinhos e dos clichês que, pinçados da arte comercial, se transformam em objetos de arte: socos, tiros, lágrimas pelo amor perdido, com frases e textos de apoio. Com certa ironia deu a esta fase o nome de “Grande Pintura”.
Uma das melhores definições do movimento veio do próprio Roy :" O que marca o pop,é- antes de mais nada- o uso que é dado ao que é desprezado”.
A pop art é considerada, na cultura ocidental, o marco de passagem do modernismo para o pós-moderno.
Como nos anos 60 já usava o tema da ironia, que marcou os 90, Roy é considerado pioneiro, mestre e uma figura proeminente da arte americana.
Minima biografia
Roy Fox Lichtenstein nasceu em 27 de outubro de 1923, em Nova York. Estudou Belas Artes na Ohio State University de Columbus, onde se diplomou em 1949.
Professor nesta mesma Universidade, passou por quatro outras até que a carreira de pintor decolou, em 1951.
Entre os dois períodos prestou seu serviço militar na Europa.
Sua primeira individual foi em 1951, na Carlebach Gallery, em Nova York.
Até 1957, trabalhou como designer e fez cartazes para vitrines de lojas.
Entre 1957 e 1960, oscilou entre o impressionismo abstrato e as histórias em quadrinhos e cartuns até que se decidiu pelo uso dos elementos típicos da propaganda em seus desenhos e pinturas.
A primeira exposição em Nova York (1962) o torna pioneiro da pop art com o emprego de tudo que era usado como material publicitário.
Mickey, o Coelho Pernalonga e Pato Donald se transformam em inspiração constante, em telas gigantes.
Brinca com os efeitos da trama ótica e com a composição convencional.
Com James Rosenquist e Andy Warhol, transforma-se num crítico feroz da sociedade norte americana, tomada pelo consumismo institucionalizado pela publicidade.





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Um vento de revolta contra o expressionismo abstrato, que vinha se tornando acadêmico, soprava em Nova York neste momento.
Executou murais imensos como a “Sereia” do Theatre of Performing Arts em Miami e “Blue Brushstrokes”, no Equitable Building, New York.
Reviu, sob seu personalíssimo ponto de vista, obras de grandes mestres como Monet, Picasso, Mondrian e Cézanne.
Lichtenstein tinha algumas facetas não muito conhecidas pelo grande público : as esculturas do período 1967-1968, como a que enfeita praça em Barcelona.
Morreu de pneumonia em 29/9/1997, mundialmente reconhecido e aclamado, em Nova York, cidade natal onde residia e tinha atelier.
Exposições e Retrospectivas
*Seus trabalhos foram expostos na Bienal de Veneza de 1966,1968 e 1970.Uma retrospectiva no Museu de Arte de Pasadena também foi exibida em Amsterdam, Londres, Berna e Hannover. Esteve presente na Documenta "4" e "5", Kassel, em 1968 e 1972, respectivamente,
Em 1969, retrospectiva no Guggenheim de Nova York. A do Centre National d'Art Contemporain, Paris foi exibida , em seguida, em Berlim.
Em 1981, o Museu de Arte de St.Louis organizou uma turnê retrospectiva que percorreu os Estados Unidos, a Europa e o Japão.
Em 1987 , nova retrospectiva de seus desenhos aconteceu no MoMA de Nova York e, em 1988, no Kunsthalle, Frankfurt. A “Roy Lichtenstein Foundation ”
Em 1999, foi criada a Fundação que administra acervo de suas obras e está sendo gerenciada pelos herdeiros.
Como vivemos em plena era da cultura digital, da sociedade globalizada e dos direitos autorais, praticamente nenhum material de ordem pessoal está disponível para pesquisa livre.
O que talvez não fosse da vontade de Roy, crítico mas sempre atento às platéias e assistências. Ou terá sido?
O uso e conhecimento de seu talento incomum não podem ser desprezados.


Andy Warhol (1927-1987).

Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe.



Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro.


Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal.

NO BRASIL

A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais.

Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes da Pop Art como o uso das impressões em silkscreen e as referências aos gibis.

Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral.

A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa.

No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso Pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a em instrumento de denúncia política e social.


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