quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Edgar Mrugalla, o Grande Falsificador



Negócio é Negócio

Atualmente, damos muita importância à originalidade dos artistas.

As obras que nos impressionam e que valem milhões terão de possuir uma marca individualizada, uma atitude inovadora.

Nem sempre foi assim.

Houve tempo em que os artistas eram tanto melhores quanto conseguissem reproduzir com fidelidade os modelos típicos da grande arte.

Os Colecionadores procuravam aqueles que fossem capazes de exibir dotes técnicos suficientes para (re)criarem protótipos formais considerados exemplares.


Foi com o Romantismo que se iniciou a longa marcha da emancipação do artista.

Ao longo dos séculos XIX e XX assistiu-se a uma progressiva libertação do artista em relação aos preceitos académicos e tradicionais.

Vieram as grandes Revoluções Estéticas com o Impressionismo e, mais tarde, o Cubismo, para citar dois exemplos bem populares e passou-se a associar a arte ao génio do artista.


Hoje os mais afoitos dentre os artistas são aqueles que conseguem captar a atenção da crítica e, por consequência, dos investidores que adquirem obras de arte a preços absolutamente inacreditáveis.

O artista já não responde à encomendas, ele cria obras que depois coloca no mercado um pouco como o agricultor que expõe legumes na banca da praça, à espera de um cliente que se interesse pelo seu produto e esteja disposto a pagar o preço exigido.

É negócio, puro e muito duro.


No meio desta Babilónia formal é difícil emergir e conseguir notoriedade.

Há um artista que alcançou o estrelato por vias menos ortodoxas.

Edgar Mugralla, alemão nascido em 1938,
falsificador de obras de arte de méritos reconhecidos.


Mugralla revela uma tal capacidade de copiar obras de outros pintores que deixa muita gente boa pensando, quantas das suas pinturas foram compradas por milhões e tidas como originais quando, na verdade, não passavam de cópias.


À conta do seu trabalhinho, Mugralla já esteve preso,
hoje tem um Museu em Busum (no norte da Alemanha),
onde dá aulas de pintura e vende as suas cópias com a identificação «Atelier de falsificações de Mrugalla».

Ou seja, tornou-se um honesto negociante de falsificações.


Toda esta história leva a reflexão do caso de Damien Hirst .

Sabe-se que a esmagadora maioria das obras assinadas por Hirst são efetivamente realizadas pelos seus numerosos assistentes.

Dezenas deles trabalharam nos seus ateliers, como os ajudantezinhos do Pai Natal preparando os presetes para a próxima época natalícia.

Hirst tem o trabalho de assinar as peças.

É claro que não se trata de falsificações.

O que as pessoas estão pagando quando compram uma peça destas é o conceito, a idéia, isso pertence, sem dúvida a Hirst.

Mas, na verdade, os objetos que se negociam no Mega Leilão do Gênio Britânico são uma espécie de falsificações autorizadas. Ou não?


As telas de Mugralla são resultado de um trabalho solitário de grande minúcia e extraordinária perícia técnica.

Valem milhões se não se souber de onde vieram, se se souber que são de Mugralla desvalorizam-se vertiginosamente por serem falsificações não autorizadas.

Que raio de mercado é este onde um honesto e genial falsário vai parar à cadeia e um artista apenas genial ganha milhões sem sequer sujar as mãos?


<span class=Fälschermuseum Wien / Logo


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Mrugalla: Reproduktion von Van Goghs "Nachtcafé von Arles"">

Edgar Mrugalla:

Reproduktion von Van Goghs "Nachtcafé von Arles"




(all by Edgar Mrugalla (1938 - * - the last living master forger from Germany)



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