segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Casa de madeira realiza intervenção mínima no lote



Vista para o bloco da sala de estar, cercado por vegetação abundante

Diante das restrições do sítio, a casa se desenvolve em patamares sequenciais razoavelmente acomodados à topografia acidentada e à clareira natural. O lote fica em área de preservação permanente na serra da Cantareira, onde espécies vegetais da Mata Atlântica, mata de altitude e floresta latifoliada criam uma situação proibitiva à interferência do elemento construído.

Implantação respeitosa é a chave para a compreensão do partido.

Setorização de cores corresponde a critérios funcionais Casa tem implantação discreta no lote

Com pouco mais de 200 metros quadrados de área construída, a casa teve sua implantação restrita ao platô natural existente no terreno, desmembrado pelo projeto em duas partes contíguas a partir da inserção de um muro de arrimo.

A setorização resulta em blocos ortogonais entre si, com uma arquitetura em que a luminosidade natural e as dimensões espaciais são generosas.

A madeira é o material principal do projeto, presente desde os elementos estruturais - vigas inteiriças feitas com cerne de jatobá -, os pisos e caixilhos até boa parte dos elementos de vedação e revestimento de superfícies.

Predomina o tom escurecido do cumaru.


Casa tem implantação discreta no lote Estrutura de madeira minimizou a interferência do canteiro de obras


Partido e linguagem caminhavam em sintonia no projeto , até que, finalizada a execução do corpo principal da casa, a obra foi paralisada, assim permanecendo por cerca de dez anos.

“Era uma residência monocromática, austera até, quase isenta da interferência de cores ou de equipamentos de iluminação artificial”, relata o arquiteto colaborador do projeto desde que mudou o cliente e a construção foi retomada.

“Tivemos, então, que inserir tonalidades e administrar as demandas para que não se desconfigurasse o conceito principal da arquitetura.

” Para a setorização das fachadas, uma das exigências da nova proprietária, inventou-se uma razão tão lógica quanto possível: o vermelho faz menção à área de banheiros; os setores de armazenagem têm a cor verde, enquanto o ocre representa as áreas sociais.

Além disso, foram centrados esforços na concepção dos interiores.

Portas deslizantes de vidro se tornaram suportes para volumes desmembrados de madeira, que funcionam ora como armários, ora como objetos não utilitários.

Também as peças de mobiliário foram reduzidas ao mínimo confortável, dando-se preferência para itens de design brasileiro, como peças de Sergio Rodrigues e Jacqueline Terpins.

Os arquitetos desenharam uma cadeira especialmente para o uso conjunto com a mesa da designer Jacqueline Terpins

Os arquitetos desenharam uma cadeira de madeira especialmente para a sala de refeições, a fim de ambientar com coerência a grande mesa de vidro de Terpins.

Para o hall da escada - o ambiente articulador de toda a residência -, criaram uma luminária de luz indireta inspirada na arquitetura de Niemeyer.

A peça tem o nome de Olho, é feita com chapa metálica curvada e, dado o seu desenho, contrapõe-se sutilmente à linearidade do ambiente.

O paisagismo inspira-se na diversidade de espécies naturais da região e no propósito de devolver à natureza o que dela foi retirado para a construção.

O projeto, assim, determinou o plantio de jatobás em quantidade compatível com a madeira utilizada na estrutura da casa.

Volumes em balanço são a marca do projeto de interiores Pisos são de madeira

Portas deslizantes se tornaram suportes para peças de madeira funcionais e decorativas Os grandes espaços internos são ambientados por móveis especiais e peças de design




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