segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Pinturas, almas urbanas solitárias e tempo: a ultrarealidade de Max Ferguson






"Mr. Gordon" 2000 40" x 60" oil on canvas

A pintura à óleo de retratos e cenas cotidianas, mitológicas ou imaginárias,
que firmou sua técnica durante a Renascença,
são ainda hoje uma das mais apreciadas e populares formas de arte,
nos arrancando sempre algum encantamento.

Mesmo hoje,

quando tudo pode ser capturado com um leve toque na câmera digital,

a Monalisa de Da Vince, a Moça com Brinco de Pérola de Vermeer

ou as cenas bíblicas de Rembrandt que

ainda impressionam o mundo

possam ser reproduzidos usando somente pincel, tinta, olhar apurado e técnica.

O artista Max Ferguson resgata essa arte secular que embelezou

monarcas desfavorecidos e fez casamentos ultramarinos na época

em que as webcams não eram nem um sonho,

mas o que surpreende em suas obras é o inesperado grau de ultra-realismo

que elas nos trazem,

algo que nem mesmo o conceito de retrato estaria pronto para digerir:

com sua tinta a óleo Ferguson extrai cenas do cotidiano extremamente fiéis

ao que realmente se vê.

Tão fiéis que mais parecem algum truque pregado pelo Photoshop.

max01

Girl in Miami, 1999. Max Ferguson


"Matzo Bakery" 1992 24" x 36" oil on panel

Mas Max Ferguson é um estudioso da técnica dedicado a reproduzir com fidelidade o mundo ao seu redor.

"Ratner's" 1996 24"x18" oil on panel

O artista holandês graduou-se nas universidades de Amsterdan e Nova York há quase trinta anos e durante esse tempo tem realizado, além de seus trabalhos, estudos sobre técnicas de realidade em pinturas, luminosidades e principalmente sobre as cidades e seus habitantes , sua grande paixão.



"Katz's" 1993 20" x 30" oil on panell

Destacam-se os quadros que tratam da população judaica de Nova Iorque.

"Torah Scribe" 1993 20" x 30" oil on paper (silkscreen available)



Jerusalém Study Group" 2002 20" x 30" oil on panel


"Man at Grave" 2000 14" x 11" oil on panel
(used as book cover for When a Jew Dies, by Samuel C. Heilman
)

"Para mim, um dos elementos do meu trabalho é a relação entre as cidades e os cidadãos. Apesar de muitas das minhas pinturas funcionarem mesmo sem que haja uma pessoa retratada.

Mas quando elas se fazem presentes, sinto que é dado à elas qualidades humanas (versus as meramente urbanas)".

"Plaza I" 1996 30" x 40" oil on panel

"Doll Hospital" 2005 30" x 20" oil on panel

"Subterraneans" 1991 20" x 30" graphite and chalk on paper



Outro tema que costuma explorar com freqüência é

o da figura solitária,

a pessoa que vagueia em sua própria companhia

mesmo quando dentro das massas urbanas;

sua tranqüilidade e segurança à despeito da multidão

frenética;

essas pessoas, explica Fergson,

"dão um grau de imortalidade às pinturas que

não pertence a elas".


"Laundromat" 2006 8" x 12" oil on canvas


"Coney Island III" 1989 20" x 30" oil on panel


Como as pinturas no relógio mostradas no quadro da

casa de conserto de relógio.

Ali, o tempo permanece.


max02



E é esse fascínio obsessivo pela captura de algo

que deveria eternamente permanecer que conduz o

pintor a lançar-se em imagens tão nítidas que acabam

por fazer cada detalhe imprescindível,

inesquecível e hipnótico.

Real.




"Saturday Night / Sunday Times" 2000 30" x 20" oil on panel


"Miami Beach" 1999 18"x 24" oil on canvas

"Yankees" 1992 15 1/2" x 24" oil on panel


"Farrier, Saratoga" 1998 16"x11" ink on paper

"Bob" 2001 22" x 16" oil on panel


"Skee Ball Self Portrat" 1991 20" x 16" graphite on paper


"Subway Saxophone" 1998 14" x 11" pen and ink

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